Há alguns anos, a capital catarinense vem diversificando suas atividades econômicas e se tornando conhecida mundialmente não somente pelas inúmeras praias, paisagens deslumbrantes, e os altos índices de educação e segurança, mas também por sua vocação empreendedora. Não à toa, a cidade foi chamada de “Vale do Silício da América Latina” pela BBC World, o que lhe rendeu recentemente o apelido de “Ilha do Silício” – em alusão ao Vale do Silício dos EUA, onde se concentram as maiores empresas de tecnologia do mundo.
Segundo o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) da Endeavor Brasil – filial nacional da ONG norte-americana que estuda o comportamento empreendedor –, os investimentos no setor de tecnologia começaram na década de 1980 e, desde então, Florianópolis foi a cidade brasileira com maior crescimento econômico. Esse crescimento atrai, constantemente, empresas e profissionais altamente capacitados, que vêm de toda parte do Brasil e do exterior.
Outro fator determinante para a qualidade dos profissionais é o forte investimento em ensino e pesquisa das universidades e institutos técnicos, que colocam a cidade no topo do Índice Geral de Capital Humano da Endeavor Brasil. Isso se reflete, obviamente, na qualidade, mas também na quantidade de empresas e startups. De acordo com dados da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), hoje existem mais de 900 empresas de tecnologia somente na Ilha, que, juntas, faturam mais de R$ 5,4 bilhões ao ano.
No cenário nacional, Florianópolis figura em 4º lugar, atrás apenas de Manaus, Rio de Janeiro e Campinas, com R$ 1,8 milhão de faturamento médio. O setor é também o que mais gera empregos. Quanto ao número de empregos diretos, Florianópolis é o maior polo do Brasil, com 2.552 colaboradores para cada 100 mil habitantes. Já com relação ao número de empreendedores, a capital catarinense só perde para São Paulo: são mais de 750 empreendedores a cada 100 mil habitantes.
Esses números demonstram o porquê de Florianópolis ter sido considerada uma das dez cidades mais dinâmicas do mundo pela Revista Newsweek, em uma lista que considera a presença da indústria limpa, do conhecimento e o uso de tecnologias de ponta. O dinamismo e a inovação de Florianópolis se baseiam no tripé formado por políticas e investimentos públicos, produção de conhecimento e iniciativa privada.
Rede de Inovação Florianópolis: uma iniciativa pioneira que vem gerando excelentes resultados
A Rede de Inovação Florianópolis é uma parceria pioneira entre a Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF) e a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) que tem como objetivo principal estimular a cultura de inovação e do empreendedorismo, ativar o ecossistema de inovação e gerar e ampliar negócios inovadores no município.
Esse ecossistema é formado por “habitats” ou centros de inovação, que são empresas, incubadoras e startups contempladas por ações e políticas estabelecidas pela PMF e pelo Governo do Estado que propõem desde capacitação em CT&I (ciência, tecnologia e inovação), eventos e maratonas de tecnologia e inovação até incentivos fiscais.
Os habitats usufruem de recursos, infraestrutura e serviços compartilhados que contribuem para a formação e a capacitação de talentos, e serve, ainda, como rede de contato entre os diversos agentes desse ecossistema. Desse modo, os centros de inovação são locais de oportunidade para empreendedores, empreendimentos, profissionais liberais e projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).
Cada centro de inovação que compõe a Rede de Inovação Florianópolis conta com um escritório de promoção da inovação, um espaço de informação, orientação e suporte tanto para quem pretende investir quanto para os empreendedores que já atuam na cidade.
A Prefeitura Municipal de Florianópolis atua em diferentes frentes, fomentando a criação e o crescimento de empresas de tecnologias, com iniciativas como a que pretende selecionar projetos ligados a um dos oito arranjos promotores de inovação credenciados ao município para captar até 20% do Imposto Sobre Serviços (ISS) e 20% do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de contribuintes, por meio de mecanismo similar ao da Lei Rouanet.
— Florianópolis é hoje considerada referência nacional em relação ao assunto Inovação. O crescimento consistente do setor tecnológico é a maior prova disso. Trata-se de uma indústria limpa, compatível com a realidade da nossa cidade, e que gera desenvolvimento econômico de forma sustentável. A economia criativa, que também desenvolve inovações importantes, também começa a mostrar sua força, por meio principalmente da chancela Florianópolis Cidade Criativa Unesco, desde 2014, e do festival Floripa Conecta, que ocorrerá em agosto deste ano. Nesse contexto, o movimento feito pela Prefeitura de Florianópolis em ser a primeira cidade do país a ter uma Lei Municipal de Inovação totalmente ativa e funcional, mostra o pioneirismo da atual administração e posiciona o poder público como ator importante do ecossistema local de inovação — afirma Marcus Rocha, Superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Via G1